sexta-feira, 23 de abril de 2021

Nas páginas: Doce Gabito - Francisco Azevedo


Foi muito gratificante ler "Doce Gabito". Minha história com esse livro é daquelas de amor instantâneo, mas que demorou algum tempo para se consumar. Acompanhei os preços até encontrar uma promoção com valor razoável, hesitei um pouco (será que valerá a pena?), no entanto, acabei comprando. Veio de uma livraria física de algum lugar misterioso do sul. Fiz o pedido depois de uma porção de dias, encontrei um pacote jogado na garagem, quem fez essa essa entrega misteriosa até não sei exatamente. No embrulho de papel pardo, estava o meu Gabito.

O livro narra uma parte da vida de Gabriela utilizando a premissa de que a própria personagem estaria rememorando e escrevendo sua história. Então acompanhamos ora as memórias que ela escreve, ora sua vida no presente. Já no início percebemos que a trajetória de Gabriela não foi fácil e as tragédias vão se enfileirando à medida que o livro avança, como se a pobre garota não merecesse uma vida feliz. Entretanto, apesar das tristezas, Gabriela persiste em preservar uma forma peculiar de enxergar o mundo, que acaba por se tornar o elixir capaz de tornar a vida suportável e até mesmo feliz, mesmo que isso possa parecer impossível em vários momentos. Essa criatividade persistente personifica-se na figura de Gabito, o amigo imaginário (ou não) que acaba por se tornar uma espécie de guia para Gabriela. Gabito é uma entidade que corresponde ao saudoso escritor Gabriel García Marquéz, que, por acaso, é xará de Gabriela.

Por fim, digo que, embora tenha sido consideravelmente diferente daquilo que imaginei, quando me apaixonei pela sinopse do livro, a história de Gabriela é interessante e instigante e triste. Talvez a escrita de Azevedo possa incomodar, por causa das repetições, mas o livro é muito mais interessante do que alguns possíveis vícios de escrita do autor. Conheçam essa duplinha, conheçam Gabi e Gabito.
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