No Cinema: Me Chame Pelo Seu Nome ~ Uai Lipe

Call Me By Your Name (me acostumei a chamar pelo título original) foi o primeiro filme dos indicados ao Oscar de melhor filme que assisti (1 de 9). Considero que ele seja um filme essencialmente sobre apaixonar-se. Ele conta com uma linguagem intimista, com as cores do verão italiano e com sensualidade, a aproximação de Elio e Oliver, como eles se apaixonam e vivem essa paixão. É um filme poético, delicado e que se constrói a partir dos momentos em que as vidas dos protagonistas se esbarram. Esses esbarrões começam desajeitados, mas, depois de algum tempo, as incertezas começam a se diluir, e o misto de insegurança e ansiedade, que impedia uma aproximação dos dois, mostra-se menor do que o súbito sentimento que sentem um pelo outro.

Vou destacar dois elementos da história. Em primeiro lugar, gostaria de falar do clima intelectual em que a história se passa. Grande parte dos personagens está envolvida de alguma forma com a arte, como, por exemplo, Elio, que é músico, toca piano, violão e compõe; seu pai, que aparenta ser um homem erudito, é professor e trabalha com peças de arte; ou mesmo Annella, mãe de Elio, que aparece algumas vezes lendo e citando obras literárias. As situações do filme, os diálogos, os personagens parecem emanar essa aura artística e ela abraça muito bem a história, atribuindo-lhe certo ar de sofisticação. O segundo elemento trata-se dos pais de Elio e da forma como eles lidam com a descoberta do relacionamento de seu filho com Oliver. Tudo acontece de maneira natural, da forma como deveria ser. Até mesmo Elio, que em alguns momentos demonstrou alguma apreensão sobre a reação dos pais quando soubessem, acaba se surpreendendo com a postura deles, sobretudo, de seu pai. A atitude dos pais faz jus ao conhecimento, ao esclarecimento, à postura intelectual que eles têm. Eles não só aceitam, como também incentivam o relacionamento e, por conseguinte, a felicidade de seu filho. Afinal de contas, não há nada mais importante do que ser feliz. Num mesmo?

As atuações são muito boas. O destaque vai para Timothée Chalamet que interpreta Elio. Um personagem que passa por um momento de autodescoberta, uma situação complexa que envolve sentimentos controversos. Timothée consegue dar vida aos sentimentos de Elio e faz com que nos identifiquemos com ele ao retratar de forma verossímil os conflitos internos que são desencadeados pela paixão. Inclusive, Chalamet está concorrendo ao Oscar na categoria de melhor ator, vamos torcer para ele.

Enfim, resta dizer que Me Chame Pelo Seu Nome é um ótimo filme. Minha maratona começou em grande estilo e a expectativa para os outros filmes indicados está ainda mais alta. O que será que me aguarda nos outros 8 filmes?